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Finalista 2022
Colômbia
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#Meioambiente

Jovens utilizam casca de arroz para produzir material de construção sustentável

Projeto estudantil combina conhecimento tradicional com metodologia científica para solucionar o acúmulo de resíduos e oferecer uma alternativa econômica para a comunidade rural.

Professor(a)

Foto de Dario Vergara Perez
Dario Vergara Perez

Escolas

Instituição Educacional San Marcos

Nome do projeto

Aprovechamiento de la cáscara de arroz

Áreas STEM

Ciências, Engenharia

Outras áreas de conhecimento

Educação Ambiental

Na região de La Mojana, no Caribe colombiano, é produzido 12% do arroz consumido no país e a cada ano essa produção gera cerca de 17 mil toneladas de casca de arroz. Esses resíduos, quando descartados de forma inadequada, podem contaminar os corpos hídricos ou o ar quando incinerados a céu aberto. Como reduzir a poluição ambiental causada nesta cadeia produtiva? Uma equipe de quatro estudantes encontrou a resposta utilizando o material para a construção rural.

A inovação intitulada “Aprovechamiento de la cáscara de arroz” (“Aproveitamento da casca de arroz”, em português) foi finalista do Solve for Tomorrow na Colômbia, em 2022. Basicamente, o grupo criou um protótipo que transformou a casca de arroz em um material de construção artesanal sustentável (conhecido localmente como bareque ou bahareque). Os alunos tinham entre 15 e 17 anos e frequentavam o 10º e o 11º ano no momento da sua participação.

O professor mediador, Dario Vergara, explica que La Mojana tem uma cultura considerada “anfíbia”, porque os agricultores vivem da pesca na época das chuvas e no verão cultivam arroz e mandioca. Ele leciona Física e Ciências Naturais na Instituição Educacional San Marcos e está envolvido na iniciativa da escola chamada “AgroAnfibia”, que reúne diversos professores e alunos de diversas gerações para desenvolver projetos relacionados à realidade local.

Este grupo, então, pensou em aproveitar a casca do arroz preservando a cultura arquitetônica, optando por fazer uma nova fórmula para os bareques, tradicionalmente feitos com paus ou juncos junto à lama. Os estudantes foram investigar a preferência pelos bareques e consultaram a população residente nesta zona, para partilharem o seu conhecimento e experiência. “Perguntámos porque é que nesta zona não se fazem casas de alvenaria e disseram-nos que quando há cheias o tijolo não é tão flexível como o bareque”, recorda o professor.

Segundo os moradores, o material artesanal também proporciona uma sensação térmica mais equilibrada dentro de casa, em comparação com a variação do frio ou calor lá fora. É também uma opção mais barata e acessível para a zona onde o acesso às estradas é difícil e, por isso, torna caro transportar os tijolos. O uso da casca de arroz tem outra vantagem: uma casa cercada por esse material repele os mosquitos, tão presentes na região por ser cercada por brejos, lugares pantanosos e cobertos de lama.

Os estudantes buscaram materiais naturais e de fácil obtenção. Eles misturaram a casca do arroz com uma planta considerada uma praga, o jacinto-de-água, também conhecido como aguapé. Além disso, colocam esterco de gado e areia. Fizeram vários tipos de combinações com esses materiais e os colocaram sobre uma folha de palmeira, formando pequenos quadrados com menos de 1m², que depois foram secos e deixados ao ar livre para testes.

O custo total foi de apenas 15 mil pesos colombianos por m²; ou seja, pouco mais de 4 dólares, incluindo a mão de obra de quem reboca a casa. A casca de arroz foi uma doação de moleiros de arroz que os alunos já conheciam.

Além dos processos manuais, a equipe utilizou o Arduino para automatizar alguns processos, como medição de umidade e temperatura das misturas.

É importante mostrar aos estudantes que é possível progredir com as ferramentas disponíveis na comunidade e valorizar o conhecimento tradicional, acredita Vergara.

O projeto desenvolveu habilidades interpessoais dos alunos

Além do resultado do protótipo, Vergara cita que a produção do vídeo foi um exercício importante para combater a timidez e melhorar a comunicação. Ele também acredita que a experiência de defender seu projeto diante de um público foi importante para que os estudantes chegassem à universidade, pois lá aprenderam a trabalhar sob pressão. Outro desafio que aprenderam a superar foi encontrar o material necessário e para isso o apoio das famílias foi essencial. Durante cada etapa, eles se envolveram, ajudaram a mostrar o caminho e apoiaram os jovens, ressalta o professor.

Além disso, ele observa que cada aluno teve outros benefícios pessoais. “Uma delas tem uma loja em casa onde vende arroz e me conta que gostou de conhecer mais sobre a cadeia desse produto. Outra aluna aprendeu muito preparando o pitch e essa habilidade a ajudou em outros eventos acadêmicos”, ela exemplifica.

A postura dos demais alunos da escola também mudou. “Antes, era difícil conseguir alunos para trabalhar com pesquisa. Depois que tivemos esse resultado, a convocatória do ano seguinte trouxe de repente 30 candidatos”, orgulha-se. Agora, o projeto de aproveitamento da casca de arroz continua em desenvolvimento, com um novo grupo de alunos.

Foco na prática!

Confira o guia do professor sobre como aproveitar a casca de arroz para fazer material artesanal para construção civil.

Empatia

A equipe observou um problema relacionado à principal produção agrícola da região: o arroz. Anualmente, são geradas cerca de 17 mil toneladas de casca de arroz. Com destinação inadequada, os resíduos vão parar em corpos d’água ou são incinerados a céu aberto.

Definição

Os alunos decidiram aproveitar a casca de arroz preservando a cultura arquitetônica, optando por fazer uma nova fórmula para os bareques; construção local geralmente feita com paus ou juncos junto à lama. A população residente na região foi consultada ao longo do projeto para compartilhar seus conhecimentos e experiências.

Ideação

O grupo buscou materiais naturais e de fácil obtenção. Fizeram uma mistura de casca de arroz com uma planta considerada uma praga, o jacinto-de-água, conhecido como aguapé em outros países. Além disso, colocam esterco de gado e areia.

Protótipo

Fizeram vários tipos de combinações com esses materiais e os colocaram sobre uma folha de palmeira, formando pequenos quadrados com menos de 1m², que depois foram secos e deixados ao ar livre para testes. Além dos processos manuais, a equipe utilizou o Arduino para automatizar alguns processos, como medição de umidade e temperatura das misturas.

Teste

Em duas semanas de testes, surgiram diversas ideias de melhorias para chegar à fórmula final. Substituíram a areia branca por argila, trituraram mais a casca para conseguir uma melhor aderência e eliminaram o jacinto-de-água da composição. O custo total foi de pouco mais de 4 dólares americanos, revelando-se uma opção econômica e ecológica para habitação local.

#Agenda

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Confira a data de anúncio dos eventos finais de 2024.

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