Práticas inspiradoras

Finalista 2023
Argentina
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#Sociedadejusta

Jovens adaptam teclado em braille usando impressora 3D

Solução de baixo custo promove a inclusão de pessoas com deficiência visual.

Professor(a)

Foto de Samuel Kowalczuk
Samuel Kowalczuk

Escolas

Escuela Secundaria de Innovación de Misiones

Nome do projeto

 Innova – Una sociedad inclusiva

Áreas STEM

Engenharia

Outras áreas de conhecimento

Linguagens, Sociologia

Quase 900 mil pessoas têm dificuldades visuais na Argentina, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Para facilitar o acesso à informação e à comunicação desta população, os teclados em Braille são essenciais para promover a inclusão digital. Mas nem todos são acessíveis ou fáceis de encontrar. Por isso, estudantes argentinas decidiram utilizar a impressora 3D de sua escola para fazer um teclado em Braille.

O projeto intitulado  “Innova – Una sociedad inclusiva” foi finalista do Solve for Tomorrow no país, em 2023. As quatro alunas participantes tinham entre 16 e 17 anos e frequentavam o quarto ano do ensino secundário (penúltimo ano da escolaridade obrigatória) da Escuela Secundaria de Innovación de Misiones, em Posadas.

O professor mediador do projeto, Samuel Kowalczuk, leciona Robótica e acompanhou as alunas principalmente na concepção do site. Mas a escola possui um módulo de aprendizagem integrado, onde se reúnem professores de diferentes espaços curriculares. Neste caso, juntou-se a Kowalczuk ao professor de Projetos de Computação, que é formado em Design Industrial, e tem uma abordagem baseada no Design Thinking. Além disso, também participou o professor de Economia, que contribuiu com uma visão de Empreendedorismo.

Em 2023, os educadores decidiram dar um passo adiante. “Dissemos: vamos fazer projetos reais, ir a lugares que precisam de soluções de design e que não sejam apenas para ganhar dinheiro, mas que façam a diferença para as pessoas”, lembra Kowalczuk.

Criando uma solução a partir de uma frustração real

Através das conexões dos professores, eles visitaram a Escola Especial nº 1, pioneira na educação inclusiva. Lá, entrevistaram profissionais e construíram um mapa de empatia, listando frustrações e motivações de pessoas com deficiência visual. Eles viram questões relacionadas com a igualdade de oportunidades, acesso a serviços e participação social. “Um professor com deficiência visual deu-lhes muitas informações que lhes permitiram realizar o projeto”, afirma.

Uma das queixas levantadas foi que não existiam muitas ferramentas simples e adaptáveis ​​para o uso diário e as máquinas de Braille tradicionais tendem a ser caras e difíceis de manejar e transportar. Assim, tiveram a ideia de criar um teclado adaptado para aquele sistema de linguagem.

O primeiro modelo apresentava falhas e por isso fizeram alterações no design e imprimiram outras peças. “Para nós, um desafio foi conhecermos as limitações em termos de qualidade de impressão, no que diz respeito ao toque. Numa tecla em braille, a altura é muito importante. Os pontos da tecla não podem ser muito altos ou muito baixos”, enfatiza.

Ninguém da equipe sabia ler Braille e, segundo o educador, não conseguiram encontrar padrões de altura na busca para ajudar a decidir as medidas corretas na impressão – existem muitos tipos diferentes de padrões. Por isso, conversaram novamente com o professor da Escola Especial, que foi muito importante na etapa de testes. Eles tinham que imprimir uma letra por vez, levar ao parceiro e ele indicava quando alguma peça não fosse compreendida ou não funcionasse.

Foi também um exercício de empatia. Ter paciência e atenção a cada detalhe e realmente fazer o projeto para o usuário, não simplesmente para a escola ou para um concurso, acredita Kowalczuk.

Projeto resultou em protótipo e aprendizado

As alunas utilizaram uma ferramenta online chamada Tinkercad, que permite modelar para impressão 3D. No final, conseguiram ter um teclado com um padrão utilizável. Para fazer isso em maior escala, o professor explica que seria necessário testar com outros tipos de filamentos, teclados e impressoras 3D.

Além do resultado do protótipo, o professor observa que fazer projetos como esse no quarto ano promoveu o desenvolvimento de habilidades socioemocionais como gestão de tempo, comunicação e perseverança que prepara para estágios educacionais, que é uma prática que podem fazer os estudantes secundários do quinto ano em órgãos ou empresas que se relacionam com sua educação e formação.

Ademais do protótipo, a equipe também criou um site voltado para professores e estudantes em geral (não só para deficientes visuais), que busca desenvolver habilidades com a tecnologia, por um lado, e, por outro, oferece um acervo de atividades de lazer. A primeira sessão inclui materiais didáticos e orientações sobre como usar aplicativos em sala de aula. O segundo conta com exercícios de respiração e relaxamento e um fórum de interação para tirar dúvidas dos usuários do site.

Foco na prática!

Confira o guia do professor sobre como criar um teclado em braille impresso em 3D

Empatia

A equipe do projeto visitou a Escola Especial nº 1, pioneira na educação inclusiva. Lá, as quatro alunas envolvidas realizaram entrevistas com profissionais e construíram um mapa de empatia, elencando frustrações e motivações das pessoas com deficiência visual. Viram questões relacionadas com a igualdade de oportunidades, acesso a serviços e participação social.

Definição

Uma das queixas levantadas foi que não existiam muitas ferramentas simples e adaptáveis ​​para o uso diário e as máquinas de Braille tradicionais tendem a ser caras e pobres em operação e transporte. Assim, tiveram a ideia de criar um teclado adaptado para este sistema de linguagem.

Ideação

Com pesquisas e reflexões em grupo, perceberam que não era necessário criar um novo teclado do zero. Com teclados que já tinham em casa, puderam fazer peças com a versão em Braille das letras, com a impressora 3D da própria escola. Então, fizeram isso. As peças foram fixadas em cada uma das chaves.

Protótipo

O desenvolvimento do protótipo foi realizado em conjunto com a etapa de testes. Isso porque ninguém da equipe sabia ler em Braille e, segundo o professor, nãomax conseguiram encontrar padrões de altura na busca para ajudar a decidir as medidas corretas na impressão – existem muitos tipos diferentes de padrões. Portanto, eles tinham que imprimir uma carta por vez, até trazer um aliado com deficiência visual para testar e ele avisaria quando alguma peça não fosse compreendida ou não funcionasse.

Teste

No final, conseguiram ter um teclado com um padrão utilizável. Para fazer isso em maior escala, o professor explica que seria necessário testar com outros tipos de filamentos, teclados e impressoras 3D. Saiba mais sobre o protótipo aqui.

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