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Como registrar a memória de um projeto STEM

Confira como professores podem registrar as práticas pedagógicas durante todas as etapas de um projeto e, assim, garantir a memória do trabalho.

Ao desenvolver um projeto STEM (sigla para ciências, tecnologia, engenharia e matemática), a sistematização e o registro das práticas pedagógicas pode ser uma tarefa que passa despercebida diante de tantas outras demandas. Mas garantir a memória do projeto não apenas valoriza os passos da jornada, como ajuda o professor mediador ou professora mediadora a refletir sobre a experiência, avaliar os resultados e melhorar a aplicação das práticas pedagógicas.

Para ajudar o(a) educador(a) nessa tarefa, o Solve for Tomorrow Latam compilou algumas recomendações. Confira:

1. Registre todas as etapas do projeto STEM

Não deixe para fazer os registros somente no final. Faça-os ao longo de toda a trilha de projetos STEM. Tire fotos da equipe em reuniões, faça atas do que foi conversado, escreva as principais ideias e desafios de cada dia. Anote os erros e acertos, grave os testes e capture os resultados. No projeto “Microestação de tratamento de água domiciliar portátil” (menção honrosa no Solve for Tomorrow Brasil 2022), a turma retratou desde os desenhos até a montagem do protótipo, usando o próprio celular.

2. Tenha atenção à qualidade das fotos

Além de assegurar os registros ao longo do caminho, verifique se a qualidade das imagens está boa. Para isso, você não precisa de equipamento profissional. Com a câmera do celular é possível fazer boas imagens. Perceba se está encaixando todas as pessoas sem cortar a cabeça ou braço de alguém no frame, por exemplo. O jornalista e fotógrafo brasileiro Dubes Sônego, experiente em registrar projetos de educação, recomenda ainda aproveitar o quadro para encaixar a pessoa ou assunto. “Se você vai fazer uma foto de uma pessoa, não fique muito longe dela. Chegue perto o suficiente para que ela apareça ali, mas sem deixar muito espaço em volta”, sugere. Além disso, ele reforça que se deve observar se há pessoas ou objetos que não precisavam aparecer. “É legal sempre pensar também na direção em que está vindo a luz. Se a pessoa estiver de costas para o Sol, na foto ela vai ficar mais escura do que a parte de trás”, complementa. As dicas também valem para vídeos. Neste caso, lembre-se de filmar tanto na vertical quanto na horizontal e tenha cautela com o áudio. Dê preferência para gravar em lugares mais silenciosos e/ou sem eco e, quando possível, utilize um segundo smartphone somente para capturar o áudio, como se fosse um microfone à parte.

Confira bons exemplos abaixo:

Nesta foto do projeto “Chonta-tec“, toda a equipe está bem enquadrada, assim como as peças do protótipo e até mesmo o ambiente escolar. É um bom exemplo de composição, que também explora linhas diagonais para criar uma sensação de harmonia na imagem.

A foto da equipe do “Seekers of Silence” aproveitou bem a iluminação natural e apresentou o cenário da escola e da cidade.

Esta foto do “Lechuguines en acción” é um exemplo da aplicação da regra dos terços, que basicamente divide o quadro em nove partes iguais. Em alguns celulares é possível ativar o modo grade na câmera para visualizar com essas linhas. Deste modo, os assuntos ou pessoas de maior interesse ficam nos pontos de intersecção. Há uma proporção de equilíbrio: o céu cobre 2/3 da altura da imagem, assim como as pessoas.

3. Envolva todo o grupo

Com o trabalho em equipe, é possível ter várias perspectivas e reunir o máximo de material possível. Incentive todos os estudantes a fazerem fotos, anotações e vídeos durante o processo. Além disso, você pode nomear um aluno a cada encontro para ser responsável pelo diário de bordo (em texto e em imagem). 

4. Faça um checklist das fotos

Existem algumas fotos que não podem ser deixadas de fora da memória do projeto e é interessante ter uma lista para lembrar de garantir o clique enquanto o projeto ainda está em andamento. As fotos são registros informativos importantes ao longo do processo. Ao final, podem ser revisitadas para identificar com os alunos quais foram especificamente os aprendizados alcançados. Também é fundamental ter uma foto com toda a equipe reunida apresentando o protótipo final e imagens que mostram o “cenário” do experimento, seja num laboratório ou ao ar livre, quando o trabalho envolve visita de campo. Tenha também imagens do protótipo em si e de sua aplicação. O projeto “Sulcac Orgânico“, vencedor do Solve for Tomorrow Peru 2023, aproveitou as idas à zona rural para fazer fotos dos alunos em ação.

5. Cuidado com autorização de imagem

Ao fazer fotos, certifique-se de que todos ali estão permitindo ser fotografados ou filmados.  Conforme o projeto avance no Samsung Solve for Tomorrow, você pode precisar  apresentar os termos de autorização de uso de imagem assinados por todos os membros da equipe (ou os responsáveis legais, em caso de menores de 18 anos). 

6. Colete depoimentos diversos

O feedback de todos os envolvidos é crucial e pode ajudar a validar a eficiência do protótipo e apoiar nos relatórios finais. Por isso, faça um registro desses depoimentos, escrevendo ou até mesmo fazendo vídeos em formato de entrevistas. No projeto finalista 2023 “Juegos tradicionales digitales sin fronteras“, do Equador, a equipe apresentou o protótipo a Joaquín, um estudante de 17 anos com Síndrome de Down, e fizeram fotos e anotações desse teste.

7. Organize os arquivos na nuvem

Tão importante quanto ter os registros é organizá-los. A dica aqui é criar uma pasta colaborativa na nuvem, na sua plataforma de armazenamento de preferência, e compartilhar com o restante da equipe. Ali, vocês inserir e nomear os arquivos (em texto, áudio ou imagem) sempre que estiverem produzindo. Assim, terão uma coletânea em mãos sempre que necessário. Uma sugestão é separar em pastas por etapas do Design Thinking e nomear os arquivos com datas, por exemplo “22082024_Foto desenho projeto_01”. No caso do projeto “SIFT“, finalista do Peru em 2023, o professor mediador organizou as imagens em uma pasta na nuvem, dividindo entre fotos da equipe, da máquina, das visitas ao hospital parceiro e de interações com potenciais usuários.

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